Καὶ ὁ λόγος σὰρξ ἐγένετο καὶ ἐσκήνωσεν ἐν ἡμῖν,
καὶ ἐθεασάμεθα τὴν δόξαν αὐτοῦ,
δόξαν ὡς μονογενοῦς παρὰ πατρός, πλήρης χάριτος καὶ
ἀληθείας·
o Verbo se fez carne, e habitou entre nós,
e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do
Pai,
cheio de graça e de verdade.
O século XXI está atarefando o pastorado com muitas
demandas seculares. O cuidado com o patrimônio do ministério, a agenda dos
cultos, o plano de carreira na empresa e a busca do prazer. As igrejas estão se
transformando em ponto de encontro e a liturgia em roteiro de programa de
auditório. Mas dentro desta realidade estão pessoas comuns, que além de buscar
um lugar de culto, também estão carentes de pastoreio para suas almas.
Ao se encarnar, o Verbo deixou a transcendente glória do
Pai para enturmar-se com os pecadores, feitos de carne e sangue. Sentiu nossas
dores em sua própria carne, participando de todo sofrimento humano, desde o
nascimento em um estábulo até a morte de um condenado. Jesus praticou o que a
psicanálise chama de Terapia da Presença, ou seja, eliminou as distâncias entre
os santos e os pecadores, a aristocracia e o povo comum, clericato e o laicato.
Jesus “habitou entre nós, e vimos sua glória”.
O século XXI está afastando a convivência entre os pastores
e seu rebanho e isto vem adoecendo a vida cristã. É preciso voltarmos à
doutrina da encarnação para que Jesus habite entre nós e vejamos sua glória. O
pastor psicanalista é alguém que se apresenta, se aproxima, elimina as
distâncias. É alguém acessível, de fácil trato e solícito aos anseios de suas
ovelhas. A prática da terapia da presença pastoral é salutar e curadora para a
vida do rebanho. Mesmo que seja necessária uma equipe de assessoria, ninguém
substitui a imagem do pastor junto a seu rebanho. Ele é alguém que, se faltar,
faz falta, nota-se sua ausência.
Uma vez presente junto ao rebanho, o pastor passa a
conhecer ovelha a ovelha, alma a alma, pessoa a pessoa. Recebe convites para o
almoço, os aniversários, formaturas, casamentos e funerais. Sem jamais se
descuidar de sua família, com esposa, filhos e entes queridos, também se dispõe
a ser o conselheiro pastoral de outras famílias. Nem sempre sabe o que fazer, o
que dizer e como resolver os conflitos, mas sempre mantem sua fé e confiança na
presença de Cristo em sua vida. Está próximo tanto dos irmãos abastados quanto
dos empobrecidos, sem interesse de ganho pessoal, mas em busca da glória de
Deus e da saúde das pessoas.
Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido.
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1. Psicanálise Pastoral - Schopenhauer e Freud
2. Psicanálise Pastoral - Mitologia Trágica
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